Em 2010, cientistas da USP anunciaram a primeira versão de um sistema de criptografia baseada na teoria do caos.
A técnica é mais eficiente que a anterior e que os métodos convencionais criptografia, podendo oferecer maior segurança a transações financeiras online, por exemplo.
Autômatos celulares
A base do sistema são os chamados autômatos celulares para a geração de números aleatórios, propostos pelo matemático Alan Turing (1912-1954) e desenvolvidos por Stephen Wolfram (1959).
O processo tem inúmeras aplicações na ciência, desde soluções para experimentos em Física até a segurança da informação, ou seja a criptografia.
A proposta da pesquisa é uma dar nova utilização aos autômatos celulares, que servem para gerar números pseudo-aleatórios muito fortes e, assim, uma criptografia forte.
Para criptografar qualquer informação, parte-se de um número muito grande, chamado semente, a partir do qual todos os cálculos para cifrar os dados são efetuados.
Isto significa que o gerador dessas sementes deve ser capaz de gerar números quase verdadeiramente aleatórios. Caso contrário, pode-se quebrar o sistema de geração de números e, reproduzindo a mesma semente, quebrar o código.

Entra então em campo a ideia de gerar esses números a partir da teoria do caos: seria necessário que um hacker utilizasse um sistema caótico idêntico àquele instalado no equipamento onde o dado foi criptografado.
"A chance deste sistema ser quebrado é infinitamente menor do que a chance de quebrar senhas convencionais utilizadas hoje em dia na internet, porque o número de combinações utilizadas para gerar aquele padrão específico de codificação é muito maior do que as combinações possíveis nos métodos atuais, que são baseados em aritmética e em uma matemática mais básica", conta o professor Odemir Bruno, coordenador da pesquisa.
Praticamente impossível
Algoritmo em hardware
Outra grande vantagem do sistema de criptografia criado no Instituto de Física de São Carlos é a velocidade com que ele opera.
"Nós temos um sistema que pode ser implementado por hardware porque não é um algoritmo pesado," completa o professor Odemir.
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