O enviado da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, reuniu-se na manhã deste sábado (10) em Damasco com o presidente sírio, Bashar al-Assad, para tentar estabelecer as bases de um diálogo com a oposição. O encontro transcorreu em "um ambiente positivo", segundo informou a agência de notícias oficial síria, Sana.
Assad disse que nenhum diálogo político pode ter sucesso em seu país
enquanto "grupos terroristas armados" estiverem operando. Durante a
reunião, o presidente Assad disse que a Síria apoia "qualquer esforço
honesto para encontrar uma solução".
Ex-secretário-geral da ONU, Annan tem como missão promover o diálogo
entre as autoridades sírias e a oposição para encontrar uma saída
negociada à crise político-social que começou há um ano com protestos
populares pacíficos e se agravou nos meses seguintes com a mobilização
armada da população.
No entanto, a oposição síria rejeita negociar com o regime Assad, pois
considera que um diálogo só daria mais tempo às autoridades para
continuar com a repressão dos protestos.
Além de se reunir com Assad, o ex-secretário-geral da ONU deve manter
contatos com representantes da sociedade civil síria. Ele também prevê
se encontrar com líderes da oposição exilados, mas isso só depois de
deixar o país.
Annan iniciou conversas com Assad para tentar estabelecer bases a um
diálogo entre as partes envolvidas no conflito político interno.
Enquanto isso, no Cairo, os ministro das Relações Exteriores da Liga
Árabe se reúnem neste sábado com o chanceler russo, Sergei Lavrov, que
insiste na rejeição a uma hipotética intervenção militar estrangeira na Síria.
Segundo dados da ONU, mais de 7,5 mil pessoas morreram na Síria desde o
início dos protestos há um ano, mas os opositores elevam esse número a
mais de 8,5 mil.
Na quinta-feira, Annan enfatizou a necessidade de manter a via
diplomática e alertou sobre as consequências de uma hipotética
intervenção militar na Síria que, em sua opinião, só pioraria a
situação. "Acho que qualquer aumento das operações militares causaria
uma deterioração da situação e a pioraria".
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